- Lewis. Uma coisinha pra você: nada de comentários, nada de
análises sociológicas – você não sabe e não tem autoridade pra
isso -, nada relatos, crônicas sobre o nada, nada, nada, nada, nada.
POR FAVOR! Cale essa boca, ou melhor, que seus dedos não toquem os
teclados de nenhum computador e se, por acaso, lhe derem a palavra –
Meu filho! - fique em silêncio. Você não tem nada para dizer as
pessoas. Fique um tempinho assim. Depois me procure e conte-me como
foi a experiência.
Recebi um abraço. Não havia nada de animador. Talvez, fosse
tristeza compartilhada, cada um à sua maneira. Da minha parte
chegará a conclusão que pouca coisa valia a pena. O meu barulho,
minhas inquietações, os livros, as teorias, a rapidez em pensar, as
reuniões, a política-, ufa!-, não sou o único. O que acreditava
ser possível não é possível. O seu conselho e abraço indicavam
apenas uma coisa: a retribuição de seus conselhos num aperto de mão
e riso discreto. O silêncio que se seguiu foram os momentos mais
rápidos, mas o suficiente para entender o quanto estava correto.
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